quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Estudo da Unicamp conclui que o "uso do computador para tarefas piora desempenho escolar": não seria o MAU uso???

Eu fico revoltado com conclusões superficiais em pesquisas... Saiu hoje no IDG Now! uma notícia sobre um estudo da Unicamp que concluiu que o uso do computador prejudica o desempenho escolar dos alunos. As críticas que fizeram à inclusão digital de alunos e principalmente a forma como colocaram o computador em si como o vilão da história me deixam indignado, então resolvi deixar aqui minha opinião sobre o assunto.


Copyright © 2008 Everthon Valadão
Creio que colocar "o uso do computador" como um fator que prejudique o desempenho de alunos é no mínimo equivocado. Seria mais correto utilizar "o MAU uso do computador". Colocar um computador com acesso à internet na mão de um aluno sem lhe dar um mínimo de instrução sobre o que ele poderia fazer com esta ferramenta é o que na minha opinião acarreta o mal uso deste recurso, que se mostra cada dia mais indispensável na obtenção de informações no dia-a-dia.

Vejamos bem: ao invés de fazer pesquisas escolares em enciclopédias como a Wikipedia, fazer trabalhos escolares colaborativamente no Google Docs com todos os membros do grupo, ler notícias em sites de jornais, revistas e blogs, enfim, se as crianças ao invés de utilizar de forma benéfica o potencial da informática para a educação ficarem simplesmente conversando horas a fio no MSN via dialeto fonético do português, brigando por popularidade no Orkut e jogando Paciência (dentre outros jogos viciantes), certamente o desempenho escolar irá diminuir.

O computador pode ser utilizado para trabalho, pesquisas científicas, educação de crianças, acesso a informações globais, centro multimídia, centro de jogatina, pirataria, etc, etc, etc. Cabe ao "usuário" dar a utilização apropriada à esta ferramenta. Por exemplo, videogames podem tanto melhorar o desempenho dos cirurgiões nas operações quanto viciar crianças nos jogos levando a problemas pessoais e escolares. Um carro pode tanto levar sua família a museus, teatros e ao Campus Party quanto vitimar jovens embriagados em rachas pela madrugada. A própria televisão pode te trazer cultura e informação ou apenas lhe prender ao proporcionar uma projeção na realidade mais amena das novelas.

O ponto é: a MÁ utilização de uma ferramenta pode sim vir a prejudicar a vida das pessoas. Sendo assim, deve-se pensar em melhores políticas de inclusão digital que não apenas joguem um computador na mão das crianças e lhes ensinem coisas chatas como digitar um texto ou preparar uma planilha, mas também as maravilhem com o potencial informativo e liberdade de expressão que o computador (e softwares livres) podem proporcionar.

Um comentário:

Everthon Valadão disse...

thanise says: Olá everthonVS, estou 100% em concordância de seu artigo no blog, também sempre pensei assim, que inclusão digital não é somente ensinar a mecher no orkut e msn.
estou em planos de montar um centro de inclusão digital, e peço-lhe que se tiver alguma dica ou idéia de como utilizar esse centro de forma inteligente, quero fazer com que as pessoas que venham a utilizá-lo saia dali com alguma lição pra vida, tipo assim.
desde já agradeço a atenção.
abraço
thanise.